Ele não te merecia
mas
olha a postura
vá, maquilha-te um pouco
não ocupes tanto espaço
Como queres assim encontrar alguém que te mereça?
E ele
ocupando infinitamente mais espaço
do que o estritamente necessário
enchendo-o de vazio e de palavras contruídas
especialmente para ti
(igualmente, para todas)
leva-te a crer que
se não for ele
é a solidão
e não há nada pior do que viver
sem alguém para nos tornar miseráveis.
Ele não te merecia
dizem
enquanto te (...)
Encontrei este livro pela primeira vez como uma das novidades bestseller da Book Depository. As reviews no Goodreads eram um pouco contraditórias: havia pessoas que adoravam o livro e outras que o odiavam, embora o rating final do livro estivesse nos 4.3. Decidi dar-lhe o benefício da dúvida e acabei por descobrir um livro de poemas lindíssimo. Entendo os argumentos em que algumas das críticas se baseiam: é um livro de poesia curto, mais feito de frases soltas do que de (...)
Um dia vais estar em casa
ou na rua, a fazer a tarefa mais mundana:
a lavar o cabelo
a arrumar um armário
a encher o depósito
a comprar pão
e vais franzir o sobrolho porque
um peso que dormitava em ti há meses
levantou-se
Não vais encontrar o ponto em que deixaste de
querer deixar de existir
(que não é o mesmo que querer morrer)
e respirar vai voltar a ser um acto inconsciente
O coração é como a cauda de um lagarto:
a cada regeneração perde um pouco de si
nada (...)
Há um poema, conhecido como OCD Poem, a ser partilhado há alguns anos pelas redes sociais. Volta e meia lá o volto a encontrar. Nele, Neil Hilborn declama de forma crua sobre o amor, sobre amar com transtorno obsessivo compulsivo, sobre ser amado por alguém com transtorno obsessivo compulsivo. É uma declamação punjente e que toca em toda a gente que a ouve. https://www.youtube.com/watch?v=vnKZ4pdSU-sNeil Hilborn editou um (...)
És Primavera e esplendorE no teu corpo brotam pétalasQue me fogem por entre as mãos.Eu, sou todo eu um cardo,Um não saber amar-te ao certo,Decepador das nascesças do teu coração.És Primavera e esplendorE eu, ateia-fogos que nunca aprendeuA atravessar sem medo o teu jardim.Talvez, se eu acreditasse em Deus,Te reconhecesse como milagreE as minhas mãos calejadas não fossem tão incapazes.Mas não foi Deus quem a mim te trouxe;Tivesse sido e dar-me-ia ao certo um coração aberto,Um (...)
És Primavera e esplendorE no teu corpo brotam pétalasQue me fogem por entre as mãos.Eu, sou todo eu um cardo,Um não saber amar-te ao certo,Decepador das nascesças do teu coração.És Primavera e esplendorE eu, ateia-fogos que nunca aprendeuA atravessar sem medo o teu jardim.Talvez, se eu acreditasse em Deus,Te reconhecesse como milagreE as minhas mãos calejadas não fossem tão incapazes.Mas não foi Deus quem a mim te trouxe;Tivesse sido e dar-me-ia ao certo um coração aberto,Um (...)
Sabes as coisas que me dizes No silêncio que a par vamos suspirando Quando ainda o orvalho Que a tempestade que criámos deixou Escorre por entre o campo de batalha Dos nossos corpos E de peito rimbombante Me descompasso no calor Deste quarto arrefecido São essas coisas que nas manhãs solitárias Me sorriem de mansinho E as horas tornam-se tão suaves Quanto os teus dedos esguios A bordar a minha pele a carmesim São essas coisas que me dizes Que eu tenho talhadas no meu peito A carta (...)
Sabes as coisas que me dizes No silêncio que a par vamos suspirando Quando ainda o orvalho Que a tempestade que criámos deixou Escorre por entre o campo de batalha Dos nossos corpos E de peito rimbombante Me descompasso no calor Deste quarto arrefecido São essas coisas que nas manhãs solitárias Me sorriem de mansinho E as horas tornam-se tão suaves Quanto os teus dedos esguios A bordar a minha pele a carmesim São essas coisas que me dizes Que eu tenho talhadas no meu peito A carta (...)
Queria um lugar a que chamar casaE encontrei-te a tiDeste-me um chão com asasQue é como todo o amor devia serSaber que se pode partirQuerendo ficarSaber que quando se parteTambém se ficaNas raízes de uma outra metadeQueria um lugar a que chamar casaE encontrei um lar no nome que te deiCarina Pereira, 12 de Novembro de 2015
Chama o meu nome, assim, como só tu sabes Saboreia-o na tua língua, lentamente, como só tu sabes Gasta o teu tempo nele, até que se gaste E te soe estranho na garganta. Chama o meu nome, assim, como só tu sabes Para que eu não saiba senão seguir-te Seguir a doçura do meu nome, como só tu o sabes dizer. Sussurra assim o meu nome, como só tu sabes; Amar-te-ei, como só eu sei. Carina Pereira, 24 de Outubro de 2015
Ah, quem me dera que a saudade Fosse uma palavra por inventar! Senti-la sem lhe dar nome, Senti-la sem saber Como, ao senti-la, a chamar Ah, quem me dera que a saudade Fosse uma palavra por inventar! Não te diria “tenho saudade” Diria: “volta logo!” “Há amor que só a ti te posso dar” Ah, quem me dera que a saudade Fosse uma palavra por inventar... Tavez sem nome eu não soubesse Que só nela sei morar Carina Pereira, 27 de Setembro de 2015
Ah, quem me dera que a saudade Fosse uma palavra por inventar! Senti-la sem lhe dar nome, Senti-la sem saber Como, ao senti-la, a chamar Ah, quem me dera que a saudade Fosse uma palavra por inventar! Não te diria “tenho saudade” Diria: “volta logo!” “Há amor que só a ti te posso dar” Ah, quem me dera que a saudade Fosse uma palavra por inventar... Tavez sem nome eu não soubesse Que só nela sei morar Carina Pereira, 27 de Setembro de 2015
Uma tem brincos de lágrima, A outra, no alfinete, um caracol E o meu coração vai balançando, Não sabe se a Norte ou se a Sul. Trinam a modos de pranto E dizem, baixinho, entre as cordas, Vem até mim, vem, meu Fado, Vamos cantar cantigas novas. Uma tem livros na lapela, A outra sete colinas; Se chora é o cantar do estudante, Se carpe é o pregão da varina. Numa sou fado menor, A outra serenatas faço; Falam-me as duas de amor, Tom acima ou tom abaixo. São as minhas Portuguesas, De (...)
Uma tem brincos de lágrima, A outra, no alfinete, um caracol E o meu coração vai balançando, Não sabe se a Norte ou se a Sul. Trinam a modos de pranto E dizem, baixinho, entre as cordas, Vem até mim, vem, meu Fado, Vamos cantar cantigas novas. Uma tem livros na lapela, A outra sete colinas; Se chora é o cantar do estudante, Se carpe é o pregão da varina. Numa sou fado menor, A outra serenatas faço; Falam-me as duas de amor, Tom acima ou tom abaixo. São as minhas Portuguesas, De (...)
deixo aqui um poema que escrevi em 2005 para a minha mãe, e que ficou em terceiro lugar num concurso de poesia da minha escola. Para dar também o meu contributo a este dia.Um Feliz Dia Da Mãe a todas as mães, que ajudam a tornar este mundo mais doce.*Só a ti, mãe! Não sei o que aconteceu, mãe Desde que vi os teus olhos pela primeira vez, Não sei se aconteceu uma distância Usual da vida, talvez. Só sei que os dias já não são iguais Eu já não choro para te ver chorar Mas (...)
deixo aqui um poema que escrevi em 2005 para a minha mãe, e que ficou em terceiro lugar num concurso de poesia da minha escola. Para dar também o meu contributo a este dia.Um Feliz Dia Da Mãe a todas as mães, que ajudam a tornar este mundo mais doce.*Só a ti, mãe! Não sei o que aconteceu, mãe Desde que vi os teus olhos pela primeira vez, Não sei se aconteceu uma distância Usual da vida, talvez. Só sei que os dias já não são iguais Eu já não choro para te ver chorar Mas (...)
Colada aos livros que de agasalho me servem, De Janeiro a Dezembro lá ando eu contente. Vou por aí sem ir, viajo sem sair do sítio, E continuando a ser eu, vou sendo também outra gente. Carina Pereira, 20 de Janeiro de 2015 Submissão para o concurso de Janeiro do "Clube Caminho Fantástico"
Colada aos livros que de agasalho me servem, De Janeiro a Dezembro lá ando eu contente. Vou por aí sem ir, viajo sem sair do sítio, E continuando a ser eu, vou sendo também outra gente. Carina Pereira, 20 de Janeiro de 2015 Submissão para o concurso de Janeiro do "Clube Caminho Fantástico"