Se Não Posso Ter Mais Nada
Pedes que não te esqueça
Que te guarde no meu peito
Enquanto insistes em partir
Como se, sem teu pedido
Eu pudesse, por direito
Escolher não te seguir
Manténs-me as amarras presas
E na tua tempestade
Sou assim barco à deriva
Mas prefiro, por fraqueza,
Morrer da tua maldade
A ter bonança, sem ter vida
Não te podes dar inteira,
Mas nas horas que me roubas,
Fazes promessas sem fim
Eu nelas não acredito,
Mas tentando me enganar
Faço de conta que sim
Se não posso ter mais nada
Senão mentiras contadas
Aceito o que me deres
Que pior do que a mentira
É a vida que me tiras
Na verdade em que me feres
Se não posso ter mais nada
A não ser recordações
Aceito o que me queres dar
Que pior que te perder
É ter também de viver
Sem te poder recordar
*
Carina Pereira