Relógio De Botequim
Quando bater a meia-noite
No relógio do botequim
Não te esqueças, meu amor
Que pertences só a mim
Dá-lhes beijos mentirosos
Quando em ti fazem pousio
Que nas nossas horas mortas
É quando eu mais te aprecio
E se trazes ‘inda o perfume
Daqueles que, a soldo, te amam
Não ligues, que eu não morro
São os meus olhos que enganam
Por isso, amor, vai lembrando
A cada travo de saudade
Que o amor que vais fingindo
É em nós amor de verdade
Eu hei-de chegar enfim
Ao bater das zero horas
Que o relógio do botequim
Não se atrasa, nem demora
Até lá, nas horas mortas,
Outros mais hão-de te amar
E eu, pela vida fora,
Espero a meia-noite chegar
*
Carina Pereira