Quando Eu Morrer
Quando eu morrer
As estrelas cadentes cairão do céu
E continuarão a realizar desejos
E entre as sombras das pedras da calçada
Ouvir-se-á igualmente o rumor de beijos.
Quando eu morrer,
Vão-se ouvir risos de criança
E os comboios seguirão os mesmos carris.
Velhas e novas pegadas vão ser apagadas pelo mar
E de um pedaço de terra far-se-á uma nova raiz.
Quando eu morrer,
As ervas daninhas crescerão por entre as lajes
E o pó cobrirá as ruas onde eu passei,
A música soará por entre as grelhas enferrujadas de um rádio
E outro alguém amará as coisas que eu amei.
Quando eu morrer,
Caírá o sol
E esse mesmo sol iluminará longos abraços.
E eu, um espectro sempre errante neste mundo
Encontrarei finalmente a paz no arco-íris dos teus olhos lassos.
Carina Pereira