Paula Hawkins | Into The Water
O primeiro livro de Paula Hawkins foi, de tal forma, um bestseller que é quase impossível ler o segundo livro sem o comparar com The Girl On The Train. Por outro lado, as histórias são tão distintas, que também me parece injusto fazê-lo.
Into The Water conta a história de uma pequena vila, do rio que a percorre e das mulheres que ali perderam a vida. A questão que se coloca entre murmúrios é: entraram estas mulheres nas águas turbulentas por vontade própria, ou há uma outra realidade, mais perturbadora?
A história é contada, no estilo a que Hawkins já nos habituou no primeiro livro, na primeira pessoa, do ponto de vistas das várias personagens que compõem a trama. No entanto, sendo os narradores fidedignos, cada um tem as suas teorias, as suas verdades, uma peça que encaixa em tudo o resto, acrescentando elementos importantes para entender o que realmente se passa.
A verdade que se busca na história vai sendo revelada pouco a pouco e o leitor consegue ir adivinhando quem fez o quê e porquê. É aqui que este livro se afasta um pouco do The Girl On The Train, porque a primeira obra da autora deixa-nos em espectativa até ao final, tornando difícil pousar o livro. Into The Water é igualmente bom, mas a minha ânsia em acabá-lo, em saber mais e mais, foi menos premente. Daí ser injusta a comparação, porque são ambos excelentes. Se tenho de retirar algum ponto ao Into The Water, é pelo facto de de terem ficado algumas coisas por responder, mas suponho que, se na vida nem sempre conseguimos obter todas as respostas, a autora tenha deixado essas pontas soltas intencionalmente.
Da minha parte, fiquei satisfeita com a história. Acredito que Paula Hawkins nos vai continuar a entreter com os seus enredos cheios de mistério.
Carina Pereira