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Contador D'Estórias

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Sab | 16.04.16

Boteco Das Tertúlias | #8 Férias

Carina Pereira
Com o mês de Abril já a meio e toda a gente farta de chuva, a sonhar acordados com uns dias de praia ou mesmo em descansar enroladinhos na manta sem fazer nada, o boteco vem falar sobre férias!As minhas, para este ano, já estão mais ou menos encaminhadas!Este mês, no entanto, temos uma novidade: A Ana, do blog Anas Há Muitas, aceitou gentilmente aliar-se a este boteco, e será mais um elemento a deixar o seu registo nas publicações mensais. Vão lá fazer-lhe uma visita!Não se esqueçam também de dar uma vista de olhos aos outros textos desta tertúlia, que poderão encontrar nos seguintes links:A Limonada Da VidaAnas Há MuitasEspresso And StroopwafelLife's TexturesE quanto a vocês, já sabem como vão ser as vossas as férias este ano?*

Férias

Recordo-me uma vez de ter ido deixar um primo no aeroporto, que regressava ao país onde estava a trabalhar há largos anos e de, na viagem de regresso, vir a reflectir com a namorada dele – que partiria também dali a uns dias – sobre o conceito de férias para quem é emigrante.Alguns anos depois, esta realidade toca-me a mim. Não é queixa: decidi vir para a Bélgica por vontade própria. Na altura em que tomei a decisão tinha trabalho, – e adorava esse trabalho – ainda vivia om os meus pais, mas achava que arriscar e tentar ter uma vida financeiramente melhor lá fora valia a pena. Não me arrependo e, embora de certa forma as coisas não tivessem corrido como eu esperava (mas quando é que correm?), continuo a achar que conhecer um novo país, uma nova cultura, e sair do meu lugar de conforto me trouxe várias vantagens. As desvantagens, não vale a pena pensar nelas.Mas, voltando àquela viagem de carro e às suas reflexões, quando se é emigrante o conceito de férias muda. Não só porque queremos regressar ao ninho, mas porque há uma pressão da família para o fazermos.Enquanto vemos outros amigos a visitar locais novos, nós temos que nos desdobrar durante o ano para ir aqui ou ali, porque é certo que nos aguardam para a visita anual ao nosso país. Às vezes, sentimo-nos quase injustiçados, como se nos atirassem a obrigação, mesmo que nós próprios queiramos visitar quem ficou para trás. Depois, quando lá estamos, as férias são um correr de um lado para o outro, para visitar este ou aquele, e tentar não ferir ninguém, não esquecer ninguém, dar imprtância e tempo a todos.Não vou, no entanto, colocar-me aqui como se isto fosse um muro das lamentações; se por um lado sentimos quase o pesar da obrigação por estarmos longe, por outro também temos – se soubermos gerir bem as coisas – condições para viajar para outros sítios. É tudo uma questão de impôr objectivos, e poupar para tal.Este ano, além das duas semanas e meia de praxe em Portugal, já tenho planos para visitar outros lugares.Em 2014, pelo Natal, fui a Londres e, se eu já tinha uma fascinação pela cidade desde os meus onze anos, é certo que a visita só me aguçou a adoração. Gostei de tudo por lá, principalmente de olhar em volta e perceber absolutamente tudo o que lia, de ouvir conversas e entender o que diziam, – o que nem sempre acontece na Bélgica, apesar de já cá morar há quatro anos – da simplicidade que era andar de metro, dos monumentos conhecidos e das ruas com turistas. De calcorrear a cidade por horas e horas e ao fim do dia estar cansada, mas feliz. Este ano, quero regressar. Tenho amigos que lá moram, há comboio directo de Bruxelas para lá, e assim junto o matar saudades ao passar o tempo num lugar que gosto tanto. Com o bónus de andar de comboio!Em Junho devo visitar Amsterdão pela primeira vez! Toda a gente fica fascinada pela beleza da cidade e pelos canais, quero conhecer a casa de Anne Frank e vou fazê-lo com um dos meus melhores amigos. Devemos ainda apanhar o comboio para Roterdão para passar lá um dia. Melhor, não podia ser!Já na Bélgica, de todas as cidades mais turisticas, falta-me visitar uma: Brugge! Deste ano não passa, com comboio a menos de três horas de distância, um dia destes compro o bilhete e aventuro-me. A vantagem de viajar sozinha, é que podemos traçar o nosso próprio caminho, e eu gosto de passar tempo comigo mesma.Até lá, faço planos, e vou sonhando. Afinal, e citando novamente José Eduardo Agualusa, o melhor da viagem é o sonho.

Carina Pereira

 

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