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Contador D'Estórias

Um blog com estórias dentro.

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Seg | 17.07.17

Zero Waste Life | Intro

Carina Pereira

 

Dei de caras com o termo Zero Waste Life há uns anos, quando me deparei online com um vídeo da autora do blog Trash Is For Tossers.

 

Pareceu-me extremamente ambicioso – e difícil – viver sem fazer lixo. Ou, pelo menos, sem fazer lixo que não seja reciclável/compostável. Melhor ainda, fazer só lixo que seja upcycling em vez de downcycling. (O plástico, por exemplo, tem uma vida reciclável muito curta, acabando rapidamente em aterros, daí se dizer que é downcycling.)

 

À custa disto, encarava a ideia de Zero Waste Life como algo impensável para mim, uma vez que vivo numa cidade super pequena, onde tenho dificuldade em encontrar ingredientes básicos, quanto mais encontrar lojas que vendam avulso.

 

Obviamente que o bolso também pesa; infelizmente, quase tudo o que é natural, ou biológico, ou mesmo o pouco vendido avulso, acaba por ser mais caro. Eu que o diga, que quero comprar menores quantidades de certas coisas rapidamente perecíveis e acabo por pagar mais (meio litro de leite, por exemplo, custa-me à volta de €0.80, enquanto 1L me custa €0.53. O problema é que, quando compro o litro, por ser mais em conta, regra geral acaba metade no lixo. Entendem o meu problema?).

 

Há umas semanas descobri um blog chamado Pick Up Limes, com receitas mais saudáveis; não consegui ainda mudar para uma dieta vegetariana, mas ando a pesquisar receitas simples e saborosas para comer o menos carne possível.

 

Comprei um robot de cozinha e, depois de fazer leite em casa, e de decidir começar a fazer hummus, manteiga, iogurtes, molho tahini, manteiga de amendoim e polpa de tomate (e o mais que me apareça) – para tentar acabar com o desperdício e poupar umas coroas – acabei nas teias perigosas do DIY e adorei. Talvez por estar nesta mentalidade mais simples, de melhorar no que consigo, esta semana lembrei-me também de pesquisar a existência de papel de cozinha e swiffers reutilizáveis.

 

Como sabem, já falei aqui, eu uso o copo menstrual e passei também a utilizar pensos higinénicos reutilizáveis. Em vez de papel de alumínio para embrulhar sandes e pedaços de legumes, ou para tapar comida que fica guardada no frigorífico, utilizo Beeswrap, que ensinei a fazer aqui. Não uso discos de algodão para retirar a maquilhagem, mas aqueles protectores de mamilos, que posso lavar e voltar a usar. Levo sempre sacos comigo quando vou às compras (tenho de começar a fazer isso também nas lojas de roupa, até porque aqui, nos supermercados e lojas sem ser de roupa, não há sacos de borla), e já não trago fruta ou legumes avulso em sacas individuais de plástico, uso um saco de pano ou meto no saco onde levo o resto das compras. A maior parte destas coisas já o faço há bastante tempo, por isso a minha tentativa de criar menos lixo tem sido progressiva, mas lenta. Daí, a pensar onde é que podia começar a reduzir lixo, me ter lembrado do papel de cozinha e dos swiffers.

 

Encontrei o que estava à procura. Existe rolo de cozinha reutilizável, assim como swiffers. São ambos feitos em bamboo; o rolo traz 20 folhas e cada uma dessas folhas pode ser lavada até cem vezes. Já o pack com as swiffers para o chão traz oito e a regra das lavagens mantém-se. Como é feito com bamboo, em vez de papel, é melhor para o ambiente – o bamboo cresce muito mais rápido do que uma árvore – e pode ser usado para decompostagem.

 

Em termos de preços é obvio que fica mais caro. Por pouco mais de €25 comprei um rolo e um pack de swiffers (já com os portes, de €6.99). Pensando nas vezes que cada folha é reutilizável, tenho a certeza que vai acabar por me sair mais barato. Além disso, deixo de deitar papel fora a torto e a direito. Bem sei, podia optar por usar guardanapos de papel, mas para certas coisas o papel de cozinha funciona melhor, é mais absorvente (quem é que segura numa tosta com um guardanapo?), e as swiffers são mais práticas para usar diariamente – perco imenso cabelo – do que estar a pegar no aspirador.

 

(Os rolos são estes, da marca Bambooee, farei uma review completa assim que os receber.)

 

Daqui a começar a pesquisar novamente formas para uma Zero Waste Life, foi um passo pequeno. Neste fim-de-semana pouco mais fiz do que pesquisar sites, blogs e páginas de youtube. Claro que, como chegou, a vontade de produzir menos lixo pode desaparecer, por isso decidi ir contando a minha experiência, e as coisas que realmente consigo mudar, aqui no blog. Preparem-se para receitas de detergentes e afins de fazer por casa, e novos produtos naturais de substituição que encontre.

 

Bem sei que é difícil conseguir o objectivo morando num sítio tão pequeno, e sei que economicamente nem sempre vou conseguir acompanhar esta ideia, mas gostava de tentar fazer o meu melhor naquilo que for capaz.

 

E vocês, já pensaram em adoptar uma vida com menos lixo?

 

Carina Pereira

Seg | 17.07.17

Zero Waste Life | Intro

Carina Pereira

 

Dei de caras com o termo Zero Waste Life há uns anos, quando me deparei online com um vídeo da autora do blog Trash Is For Tossers.

 

Pareceu-me extremamente ambicioso – e difícil – viver sem fazer lixo. Ou, pelo menos, sem fazer lixo que não seja reciclável/compostável. Melhor ainda, fazer só lixo que seja upcycling em vez de downcycling. (O plástico, por exemplo, tem uma vida reciclável muito curta, acabando rapidamente em aterros, daí se dizer que é downcycling.)

 

À custa disto, encarava a ideia de Zero Waste Life como algo impensável para mim, uma vez que vivo numa cidade super pequena, onde tenho dificuldade em encontrar ingredientes básicos, quanto mais encontrar lojas que vendam avulso.

 

Obviamente que o bolso também pesa; infelizmente, quase tudo o que é natural, ou biológico, ou mesmo o pouco vendido avulso, acaba por ser mais caro. Eu que o diga, que quero comprar menores quantidades de certas coisas rapidamente perecíveis e acabo por pagar mais (meio litro de leite, por exemplo, custa-me à volta de €0.80, enquanto 1L me custa €0.53. O problema é que, quando compro o litro, por ser mais em conta, regra geral acaba metade no lixo. Entendem o meu problema?).

 

Há umas semanas descobri um blog chamado Pick Up Limes, com receitas mais saudáveis; não consegui ainda mudar para uma dieta vegetariana, mas ando a pesquisar receitas simples e saborosas para comer o menos carne possível.

 

Comprei um robot de cozinha e, depois de fazer leite em casa, e de decidir começar a fazer hummus, manteiga, iogurtes, molho tahini, manteiga de amendoim e polpa de tomate (e o mais que me apareça) – para tentar acabar com o desperdício e poupar umas coroas – acabei nas teias perigosas do DIY e adorei. Talvez por estar nesta mentalidade mais simples, de melhorar no que consigo, esta semana lembrei-me também de pesquisar a existência de papel de cozinha e swiffers reutilizáveis.

 

Como sabem, já falei aqui, eu uso o copo menstrual e passei também a utilizar pensos higinénicos reutilizáveis. Em vez de papel de alumínio para embrulhar sandes e pedaços de legumes, ou para tapar comida que fica guardada no frigorífico, utilizo Beeswrap, que ensinei a fazer aqui. Não uso discos de algodão para retirar a maquilhagem, mas aqueles protectores de mamilos, que posso lavar e voltar a usar. Levo sempre sacos comigo quando vou às compras (tenho de começar a fazer isso também nas lojas de roupa, até porque aqui, nos supermercados e lojas sem ser de roupa, não há sacos de borla), e já não trago fruta ou legumes avulso em sacas individuais de plástico, uso um saco de pano ou meto no saco onde levo o resto das compras. A maior parte destas coisas já o faço há bastante tempo, por isso a minha tentativa de criar menos lixo tem sido progressiva, mas lenta. Daí, a pensar onde é que podia começar a reduzir lixo, me ter lembrado do papel de cozinha e dos swiffers.

 

Encontrei o que estava à procura. Existe rolo de cozinha reutilizável, assim como swiffers. São ambos feitos em bamboo; o rolo traz 20 folhas e cada uma dessas folhas pode ser lavada até cem vezes. Já o pack com as swiffers para o chão traz oito e a regra das lavagens mantém-se. Como é feito com bamboo, em vez de papel, é melhor para o ambiente – o bamboo cresce muito mais rápido do que uma árvore – e pode ser usado para decompostagem.

 

Em termos de preços é obvio que fica mais caro. Por pouco mais de €25 comprei um rolo e um pack de swiffers (já com os portes, de €6.99). Pensando nas vezes que cada folha é reutilizável, tenho a certeza que vai acabar por me sair mais barato. Além disso, deixo de deitar papel fora a torto e a direito. Bem sei, podia optar por usar guardanapos de papel, mas para certas coisas o papel de cozinha funciona melhor, é mais absorvente (quem é que segura numa tosta com um guardanapo?), e as swiffers são mais práticas para usar diariamente – perco imenso cabelo – do que estar a pegar no aspirador.

 

(Os rolos são estes, da marca Bambooee, farei uma review completa assim que os receber.)

 

Daqui a começar a pesquisar novamente formas para uma Zero Waste Life, foi um passo pequeno. Neste fim-de-semana pouco mais fiz do que pesquisar sites, blogs e páginas de youtube. Claro que, como chegou, a vontade de produzir menos lixo pode desaparecer, por isso decidi ir contando a minha experiência, e as coisas que realmente consigo mudar, aqui no blog. Preparem-se para receitas de detergentes e afins de fazer por casa, e novos produtos naturais de substituição que encontre.

 

Bem sei que é difícil conseguir o objectivo morando num sítio tão pequeno, e sei que economicamente nem sempre vou conseguir acompanhar esta ideia, mas gostava de tentar fazer o meu melhor naquilo que for capaz.

 

E vocês, já pensaram em adoptar uma vida com menos lixo?

 

Carina Pereira