Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Contador D'Estórias

Um blog com estórias dentro.

Contador D'Estórias

Um blog com estórias dentro.

Ter | 30.08.16

Anúncio!

Carina Pereira
O blog por aqui tem andado meio parado, bem sei. A verdade é que tenho aqui publicado apenas textos mais completos, mas tento manter-me activa no blog lá na página do facebook, porque é mais práctico e mais directo.Por isso, a quem tiver interesse de me ouvir com mais frequência, e de uma forma mais leve, é seguir o link e fazer like, aqui.E, para não acharem que vos estou a enganar, aviso que a partir da próxima semana a página vai andar mais paradita, mas é só porque vou de férias para Portugal até final de Setembro e, apesar da internet ter já chegado à Póvoa, não chegou ainda a casa dos meus pais. ;)

Carina Pereira

Dom | 28.08.16

Harry Potter And The Cursed Child

Carina Pereira
Era Sexta-feira, a minha Sexta-feira de folga em cada quinze dias e aproveitei o fabuloso calor que se faz sentir aqui na Bélgica para me sentar no jardim do prédio onde moro, a apanhar sol e a ler.A meio da tarde apareceu por aqui um visitante inesperado: um coelhinho preto, que pertence aos vizinhos do lado, e que eu ainda não entendi se está por cá de visita ou se atravessou a rede que separa os dois jardins e agora não consegue voltar. Quando o tentei abordar, fugiu. Não quis conversa comigo. Talvez achasse que eu lhe vinha com conversas de Deus mas, se ele me ouvisse, eu podia garantir-lhe que só lhe queria dar uma bela festa de mimos. Ele é que perde.Enquanto o sol não se punha, pareceu-me boa hora para falar sobre o livro tão esperado, a peça de teatro que arrancou Potterheads do seu marasmo de nove anos.A primeira vez que li Harry Potter, alugado na biblioteca da escola e recomendado por uma amiga de turma, tinha treze anos. Cresci com Harry Potter, que cresceu comigo.Não, não fui a nenhum lançamento à meia-noite e só vi o último filme - que foi dividido em duas partes - no cinema. Não porque a minha devoção era menor, mas porque a informação que me chegava sobre o universo Harry Potter era escassa (não tinha internet) e porque só o terceiro, quinto e sérimo livros ocupavam um espaço na estante lá de casa; os outros, tive de os alugar na biblioteca também, porque na altura em que saíram eram muito caros para eu os poder comprar. Fui acompanhando a saga como podia, e é um mundo que vai sempre acompanhar-me e que espero poder passar a outros. Aos treze, aos vinte e nove. Always.Descobri, mais tarde, no teste do Pottermore para saber que casa de Hogwarts me calhava em sorte,  que sou uma Ravenclaw. Desiludida, em princípio, por não fazer parte da casa das personagens principais mas, entretanto, entendendo que nem sou muito corajosa e que o conhecimento é uma das coisas a que mais valor dou, afeiçoei-me ao meu destino. (ver foto abaixo)

1383846_623920480963987_292756258_n

Assim, também eu estava em pulgas para ler o guião daquela que seria a história final, que revisitava as personagens que tão bem conhecemos e nos apresentava uma nova geração. Não podendo comparecer a nenhuma das exibições da peça em Londres, poder ler o guião era melhor do que nada. Comprei o livro em pré-venda e esperei ansiosamente, tal como Harry esperava por notícias dos seus amigos enquanto estava confinado ao seu quarto no número 4 de Privet Drive.Gostava de poder aqui escrever  que adorei o livro; que, mais um vez, J.K. Rowling não desapontou, que me trouxe por mais alguns momentos as minhas personagens favoritas, deu-lhes vida e reavivou-me! Não posso. Não posso porque, se o fizesse, estava a deixar de lado a minha capacidade crítica para dar lugar à imparcialidade que as coisas que gostamos tanta vezes nos imbui.Houve uma série de coisas que me deixaram de sobrolho franzido, a questionar a necessidade delas e se esta última história, passados vinte e dois anos da timeline do mundo Harry Potter (três anos depois da cena final do último livro, Os Talismãs Da Morte) não poderia ter sido desenvolvida de outra forma.*spoliers ahead* Para começar, uma troupe que acontece regularmente e me irrita em geral é serem criadas possibilidades em coisas que eram impossíveis. Sim, aquilo não dava mas, por qualquer motivo, convenientemente já dá. Os escritores devem manter-se fieis às impossibilidades que criam, ou acabam por deixar de ser credíveis perante o leitor e, neste caso, isto aconteceu em três vertentes: Harry perdeu a sua capacidade para falar Parseltongue quando o horcrux que Voldermort criou dentro dele, por acidente, foi destruído.  No quinto livro, A Ordem Da Fénix, na batalha no Ministério da Magia, todos os vira-tempo foram quebrados. Voldemort morreu. Tombado no chão, humanamente.Neste livro, de repente Voldemort está de regresso e apenas por isso, Harry torna-se capaz de voltar a falar Parseltongue, a sua cicatriz volta a doer e há não um mas dois vira-tempo que miraculosamente, foram fabricados por amadores e que aparecem em duas alturas distintas, mas cruciais. A bit too much for me to handle.Depois, há as personagens: não sei quem são o Harry, Ron e a Hermione que me aparecem neste livro mas eu tenho a certeza que, conhecendo-os tão bem quanto conheço, seria capaz de escrever fanfiction com elas e mantê-las mais em personagem do que eles aparecem neste livro. Em nenhuma das falas consigo rever os meus heróis favoritos. A relação entre Harry e Albus, que parecia tão chegada e tão forte no final de Os Talismãs Da Morte, de repente está no chão e não parece haver nada que a consiga levantar. Não, Harry Potter não seria assim. Ron, e a sua amizade sem precedentes, é quase inexistente na história servindo apenas de comic relief em algumas cenas, só para dizer que lá está, e Hermione, agora Ministra da Magia - uma tarefa que eu nunca lhe atribuiria, por razões óbvias - é demasiado fria, distante. Esta não é a minha Hermione.A história em si - e tenho a certeza que isto se deve mais ao facto de, sendo uma peça, tudo acontecer demasiado rápido para o leitor conseguir assimilá-la da forma devida - tem potencial. Ou, teria. Mas acaba por ser um grande imbróglio de mundos alterados por viagens no tempo com diálogos, na minha opinião, demaisado lamechas. Talvez o meu coração se esteja a transfomrar em pedra, quem sabe. Nunca li diálogos destes em nenhum dos outros livros.Nem sequer me apetece falar muito sobre a gravidez de Belatrix e Delphi. Não podia Voldemort ter engravidado uma outra personagem qualquer, alguém que nem sequer tivesse aparecido nas tramas anteriores? Faria muito mais sentido do que a gravidez escondida de Lestrange.Gostei das pesonagens Albus e Scorpius, e embora as tenha entendido como um possível romance - e faria tanto sentido nesta altura, especialmente depois de practicamente terem apagado a homosexualidade de Dumbledore - fizeram questão de assinalar uma paixão feminina a cada um. Porquê? Não sei, visto que nenuma das paixonetsa me pareceu necessária para a narrativa, por isso, a não ser que pretendessem impossibilitar uma leitura homoerótica das duas personagens principais, não sei bem porque lhes atribuiram estas paixões. Podiam ter enchido linhas com tanto do que ficou por entender.De consolação serve-me o facto de que, na verdade, não foi J.K. Rowling quem escreveu as falas para a peça, embora o livro tenha, obviamente, a sua aprovação.Agora vão sair mais três mini-contos associados a eventos passados antes desta peça, esses sim escritos por J.K.Rowling e apenas para kindle. Algumas são histórias já publicadas no site Pottermore, editadas mas haverá textos novos. Esses, dos quais já li alguns, valem a pena.Resta esperar também pelo filme, prestes a sair, do Fantastic Beasts And Where To Find Them.E, se alguém perguntar, The Cursed Child não é canon. Se, eventualmente, tiver oportunidade de ir ver a peça, logo refaço a resenha.

Carina Pereira

DSCF9695

Dom | 21.08.16

A Rapariga No Comboio

Carina Pereira
Sim, depois de dois séculos, regresso às reviews! Não é que não ande a ler - eu ando sempre a ler alguma coisa - mas nem sempre é fácil falar sobre os livros em pormenor, por isso decidi começar a dar uma opinião mais generalizada doque leio.Podem sempre seguir-me no Goodreads, para estarem a par das minhas leituras e da qualificação que dou a esses livros, até porque eu tenho lá tudo actualizado.Nos últimos meses li Isabel Allende , Paula Mclain e Irving Stone, entre outros. Paula Mclain, li-a na obra The Paris Wife, sobre a primeira mulher de Ernest Hemingway, um livro longo mas bastante interessante. De Irving Stone li Lust For Life, uma biografia romantizada da vida de Vincent van Gogh. Quanto a Isabel Allende, primeiramente li O Meu País Inventado e depois A Casa Dos Espíritos.O livro que trago hoje, o bestseller A Rapariga No Comboio, comprei-o por menos de £4 em Londres. Não tivesse a cidade já um canto aqui do meu peito alugado, ainda me continua a subornar com leituras a preço de pechincha.Toda a gente falava nesta história e, mesmo que nem tudo o que é popular seja bom, eu decidi dar-lhe o benefício da dúvida.O primeiro sinal de que o livro é bom, é eu tê-lo lido em dois dias. Comecei a lê-lo no início de Agosto mas, entretanto, chegou o novo Harry Potter cá a casa e eu fiz uma pausa para ler The Cursed Child. Só depois voltei a embarcar nesta jornada sobre carris (eheh, see what I did there?). Depois, mal parei.Eu não sou lenta a ler, a questão é que há sempre coisas para fazer; entre leituras e filmes e escrita, tenho de me desdobrar para fazer cada dia um bocadinho de cada. E trabalho, claro. Desta vez, ficou tudo o resto adiado durante um fim-de-semana para me dar prioridade a terminar esta história. É que eu queria mesmo saber o que é que aconteceu!O livro é narrado, sempre na primeira pessoa, por três personagens: Rachel, uma alcoólica com a vida toda de pernas para o ar, que apanha todos os dias o mesmo comboio para um emprego que não existe (isto conta como spoiler?); Megan, uma das pessoas que Rachel vê da janela do comboio no sua viagem diária, e Anna, a actual mulher do ex-marido de Rachel. O enredo desenvolve-se quando umas delas desaparece - quem será, quem será? - e se fazem esforços para juntar as peças do puzzle e decobrir o que realmente aconteceu. Até ao final, parece uma história de Agatha Christie: não sabemos quem mente ou diz a verdade, que peças são reais ou imaginárias e quem raio é que fez a personagem desaparecer e porquê.O livro merece bem a fama que tem. Só mesmo nos últimos capítulos é que fui capaz de, sem ter toda a certeza, adivinhar por alto o que realmente tinha acontecido, mas foi preciso chegar ao fim para estar certa da minha teoria. Não é uma história óbvio embora, na verdade, eu raramente consiga adivinhar logo quem é o culpado nestes livros de mistério. O facto de ser escrito na primeira pessoa torna a narrativa fluída, fácil de ler e entender.Por £4, uma das melhores leituras deste ano.Agora, é rezar fervorosamente para que não estraguem o filme!

DSCF9672.JPG

Carina Pereira

 
Qui | 18.08.16

Procuram-se Designers!

Carina Pereira
Um novo projecto está prestes a nascer e precisamos de colaboradores!Se tens alguma disponibilidade e vontade de dar forma a um projecto voluntário, criativo e enriquecedor, vem fazer parte da equipa!

long distance relationship gift guide (3)

Carina Pereira

Ter | 16.08.16

BOTECO DAS TERTÚLIAS #12 | Introspecção

Carina Pereira
A Ana, do blog Anas Há Muitas e botequeira residente, trouxe para o nosso grupo uma discussão acerca do vídeo abaixo e hoje o Boteco das Tertúlias reflecte um pouco sobre metas, felicidade e realização pessoal.Podem ver a reflexão das outras colaboradoras deste projecto nos seguintes links:Anas Há MuitasA Limonada Da VidaEspresso And StroopwafelLife’s Textures*Ao longo dos anos as coisas que eu mais queria foram-se alterando. Acabei por entender que a minha visão sobre o meu futuro se assentava, na verdade, nos ideais que muita gente quer, que se espalham por aí como o cliché de uma vida feliz. Quando assim é, esquecemo-nos que o standard que pode fazer algumas pessoas felizes, não tem de ser o nosso standard de realização pessoal. Não há mal em ser-se a cor fora do risco, o pensamento fora da caixa. Mais importante ainda, é aprender a ignorar quem não entende que a felicidade pessoal não tem de coincidir com a felicidade dos outros. Não somos obrigados a seguir um trajecto porque, a tom de exemplo, os nossos pais assim o delinearam desde a nossa nascença, e é um risco fazer os pais – ou qualquer outra pessoa que nos seja querida – felizes quando isso não vai de encontro ao que nos deixa a nós satisfeitos.Aos dezoito anos achava que aquilo que eu queria para o meu futuro era um emprego que gostasse, alguém com quem partilhar a vida e isso bastava. É esse, afinal, o pináculo de felicidade que nos vendem e nos transmitem. Aos vinte e nove, sei melhor. Sei que nada disto é obrigatório para eu encontrar a felicidade e a realização pessoal.Tinha pressa, aos dezoito, de encontrar a cara metade, achava que já tinha perdido metade da vida sem encontrar a única coisa que valia a pena. Hoje, sei que há tantas outras coisas a valerem a pena e que o tempo também consegue ser bondoso. Principalmente, aprendi que sou feliz sem encaixar em nenhum dos moldes que a sociedade impõe – conquanto até possa ser feliz nesses moldes também, desde que seja eu a defini-los. Também não devo nada a ninguém – se há quem sonhe em ter netos e sobrinhos, a responsável por esses sonhos não sou eu, logo também não sou responsável pelas desilusões. A desilusão é, muitas vezes, o resultado de uma ilusão que criámos sozinhos e ninguém tem de responder por ela.Não sou boa a delinear projectos porque, como já disse em vários textos, sou uma criadora de impossíveis. Quando o objectivo é mais alto do que eu, evito ir buscar cadeiras e escadotes; arrumo-o numa gaveta qualquer, sem fundo. Talvez seja o meu maior defeito, deter-me a mim própria. Tenho-me deixado levar pela vida, e na inércia vou encontrando o lado bom das coisas.Talvez seja culpa do meu lado optimista: como sou - facilmente - feliz, nem sequer me passa pela cabeça acreditar que este deixar-me levar não termine exactamente da forma que eu quero. Afinal, o que eu quero está em constante mudança. Tal qual como eu. E, quando é mesmo preciso, também sei deixar para trás aquilo que já morreu e reconstruir-me, pouco a pouco vou-me tornando naquilo que quero ser: um ser melhor.

Carina Pereira

https://www.youtube.com/watch?v=f8eU5Pc-y0g
Qua | 10.08.16

Das Coisas Sobre As Quais Ainda Tenho De Falar

Carina Pereira
Não me esqueci de relatar as férias em Londres - estes textos das viagens demoram a marinar.Depois, recebi um destes no correio e o outro - ou melhor, a outra, uma Olympia Regina de Luxe - fui buscá-la a uma outra casa, e agora mora aqui.Logo, logo, vos conto tudinho! [gallery ids="2588,2589,2587" type="circle"]

Carina Pereira