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Contador D'Estórias

Um blog com estórias dentro.

Contador D'Estórias

Um blog com estórias dentro.

Dom | 03.01.16

Carta De Amor

Carina Pereira

Sabes as coisas que me dizes

No silêncio que a par vamos suspirando

Quando ainda o orvalho

Que a tempestade que criámos deixou

Escorre por entre o campo de batalha

Dos nossos corpos

E de peito rimbombante

Me descompasso no calor

Deste quarto arrefecido

São essas coisas que nas manhãs solitárias

Me sorriem de mansinho

E as horas tornam-se tão suaves

Quanto os teus dedos esguios

A bordar a minha pele a carmesim

São essas coisas que me dizes

Que eu tenho talhadas no meu peito

A carta de amor

Que em mim vais escrevendo.

Carina Pereira, 2 de janeiro de 2016

Dom | 03.01.16

Carta De Amor

Carina Pereira

Sabes as coisas que me dizes

No silêncio que a par vamos suspirando

Quando ainda o orvalho

Que a tempestade que criámos deixou

Escorre por entre o campo de batalha

Dos nossos corpos

E de peito rimbombante

Me descompasso no calor

Deste quarto arrefecido

São essas coisas que nas manhãs solitárias

Me sorriem de mansinho

E as horas tornam-se tão suaves

Quanto os teus dedos esguios

A bordar a minha pele a carmesim

São essas coisas que me dizes

Que eu tenho talhadas no meu peito

A carta de amor

Que em mim vais escrevendo.

Carina Pereira, 2 de janeiro de 2016

Dom | 03.01.16

Quase sem querer

Carina Pereira
acabei por criar um objectivo para 2016.É raro eu fazer planos no final de cada ano, primeiro porque raramente faço aquilo a que me proponho fazer até ao fim, a não ser que seja uma obrigação e não um prazer, - e os objectivos, sendo feitos por nós, nunca são uma obrigação a que não se pode fugir - segundo porque quando não cumpro um objectivo também não me aborreço muito com isso, nem quero começar a aborrecer-me. O ano é para ser levado da maneira que der, ou corremos o risco de andarmos infelizes por não o conseguirmos levar da maneira que queremos.Mas, em Novembro passado mudei de casa; agora vivo sozinha e adoro receber pessoas por aqui. A sensação, sempre que toda a gente se vai embora, é a de uma casa desarrumada de alegria. Porque os lanches e jantares deixam pratos na banca e copos sujos, mas deixam principalmente o coração cheio, e é assim que eu sou mais feliz.No primeiro lanche desse Novembro recebi presentes de boas-vindas à nova casa, entre eles um cheque-prenda para uma livraria. Adoro livros, as pessoas que me deram o presente não me conhecem há muito, mas já entenderam isto, e lá fui eu toda contente trocar o cheque por um livro. Mas, livraria Belga, sem livros em Inglês, deixou-me com poucas opções. Deixou-me, no entanto, talvez com a opção melhor.Sabem aqueles cadernos de capa de cabedal, que cobiçamos por serem tão bonitos, mas acabam por ser um pouco caros para a função - a escrita desordenada dos nossos pensamentos e histórias? Sempre quis ter um, nunca me atrevi a abrir os cordões à bolsa para tê-lo. Sempre tive medo de o estragar, porque um caderno como esses merece o melhor. Até aqui. Desta vez, porque era uma prenda, peguei no caderno que mais gostei e comprei-o, e decidi logo ali que era tempo de deixar de ter medo de estragar cadernos com gatafunhos. Sim, talvez a capa seja bonita, talvez eu acabe por escrever coisas erróneas nas suas páginas, mas é sempre o conteúdo que conta.Comprei este, com uma pintura de Claude Monet, Water Lilies, uma carta do pintor escrita a Berthe Morisot entalhada em letras doiradas sobre a pintura, fecho magnético, e um acabamento maravilhoso. Decidi, logo ali, que este seria o meu diário para 2016.Quando era miúda, e mesmo na adolescência e início da idade adulta, mantinha diários, tenho-os a todos guardados religiosamente, e apesar de ainda escrever os meus sonhos de quando em vez, há mais de quatro anos que não mantenho um registo constante dos meus dias. E é pena, havia muito para contar até aqui, mas talvez tudo me cansasse escrever na altura. O primeiro dia de 2016 foi a desculpa ideal para recomeçar.Afinal, o futuro está aberto à minha frente, e cada passo é um não saber para onde vou. Assustador, por um lado, mas só os passos que não se conhecem nos levam a novos caminhos. E, estou quase certa, àquelas surpresas que aquecem o coração.

Carina Pereira

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Dom | 03.01.16

Quase sem querer

Carina Pereira
acabei por criar um objectivo para 2016.É raro eu fazer planos no final de cada ano, primeiro porque raramente faço aquilo a que me proponho fazer até ao fim, a não ser que seja uma obrigação e não um prazer, - e os objectivos, sendo feitos por nós, nunca são uma obrigação a que não se pode fugir - segundo porque quando não cumpro um objectivo também não me aborreço muito com isso, nem quero começar a aborrecer-me. O ano é para ser levado da maneira que der, ou corremos o risco de andarmos infelizes por não o conseguirmos levar da maneira que queremos.Mas, em Novembro passado mudei de casa; agora vivo sozinha e adoro receber pessoas por aqui. A sensação, sempre que toda a gente se vai embora, é a de uma casa desarrumada de alegria. Porque os lanches e jantares deixam pratos na banca e copos sujos, mas deixam principalmente o coração cheio, e é assim que eu sou mais feliz.No primeiro lanche desse Novembro recebi presentes de boas-vindas à nova casa, entre eles um cheque-prenda para uma livraria. Adoro livros, as pessoas que me deram o presente não me conhecem há muito, mas já entenderam isto, e lá fui eu toda contente trocar o cheque por um livro. Mas, livraria Belga, sem livros em Inglês, deixou-me com poucas opções. Deixou-me, no entanto, talvez com a opção melhor.Sabem aqueles cadernos de capa de cabedal, que cobiçamos por serem tão bonitos, mas acabam por ser um pouco caros para a função - a escrita desordenada dos nossos pensamentos e histórias? Sempre quis ter um, nunca me atrevi a abrir os cordões à bolsa para tê-lo. Sempre tive medo de o estragar, porque um caderno como esses merece o melhor. Até aqui. Desta vez, porque era uma prenda, peguei no caderno que mais gostei e comprei-o, e decidi logo ali que era tempo de deixar de ter medo de estragar cadernos com gatafunhos. Sim, talvez a capa seja bonita, talvez eu acabe por escrever coisas erróneas nas suas páginas, mas é sempre o conteúdo que conta.Comprei este, com uma pintura de Claude Monet, Water Lilies, uma carta do pintor escrita a Berthe Morisot entalhada em letras doiradas sobre a pintura, fecho magnético, e um acabamento maravilhoso. Decidi, logo ali, que este seria o meu diário para 2016.Quando era miúda, e mesmo na adolescência e início da idade adulta, mantinha diários, tenho-os a todos guardados religiosamente, e apesar de ainda escrever os meus sonhos de quando em vez, há mais de quatro anos que não mantenho um registo constante dos meus dias. E é pena, havia muito para contar até aqui, mas talvez tudo me cansasse escrever na altura. O primeiro dia de 2016 foi a desculpa ideal para recomeçar.Afinal, o futuro está aberto à minha frente, e cada passo é um não saber para onde vou. Assustador, por um lado, mas só os passos que não se conhecem nos levam a novos caminhos. E, estou quase certa, àquelas surpresas que aquecem o coração.

Carina Pereira

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