Lembro-me da minha mãe me contar que, antigamente, toda a gente lavava a loiça a correr no fim do jantar, para depois se juntarem todos em frente à televisão a ver a Eurovisão. Em criança ainda assisti a algumas edições do festival, embora não me recorde de quase nenhuma actuação Portuguesa e, aos poucos, e à medida que o festival deixou de ser um espectáculo onde Portugal singrava e muitas das actuações pareciam uma competição a ver quem era o mais estranho, acabei por (...)
au·to·-es·ti·ma (auto- + estima)substantivo femininoApreço ou valorização que uma pessoa confere a si própria, permitindo-lhe ter confiança nos próprios actos e pensamentos.a·mor·-pró·pri·osubstantivo masculinoRespeito que cada qual tem de si mesmo, da sua dignidade.(Dicionário Priberam de Língua Portuguesa) Auto-estima e amor-próprio não são a mesma coisa. Nunca tinha consultado as definições antes, foi uma conclusão a que cheguei sozinha e, de certa forma, me (...)
O meu grupo de amigos tem uma piada sobre como, quando algumas mulheres se juntam a conversar, a conversa acaba sempre em pêlos. Já por várias vezes, enunciando a piada, acaba a mesa toda - quer queira, quer não - a falar sobre falar de pêlos. Esta semana a filha da Madonna, Lourdes Maria, foi à praia com a depilação das axilas por fazer e o mundo parou. (Tenho de me lembrar de trazer esta notícia à baila no próximo jantar com amigos, há que haver fama com proveito.) O Pedro (...)
A Isadora, do Vai Sem Medo convidou-me a escrever um texto sobre viagens para o seu blog. Aceitei, obviamente, e foi um privilégio e um prazer fazê-lo!Podem ler o texto no link abaixo. Espero que gostem.Não se esqueçam de seguir a Isadora. Ela é Brasileira, mas vive na República Checa e mantém um blog muito interessante onde as viagens são só um ponto de partida para falar de muitas outras coisas.Carina Pereira (...)
"Mas não há coisas mais importantes para tratar?" Ainda agora vi este comentário numa notícia sobre a aprovação da lei de identidade de género. Mesmo sem ser ainda agora, vejo constantemente esta pergunta em tudo o que é comentário a notícias do género - sem trocadilho intencional. (Eu sei, devia ter parado há muito tempo de ler comentários, mas há uma força superior a mim nisto tudo.) Se fossemos todos só tratar daquilo que se acha ser mais importante, nunca se (...)
Não podia faltar a esta homenagem, pois não?Hoje comemora-se o Dia Mundial Do Escritor e não haverá melhor pretexto para recordar os "meus"escritores todos. Os da infância, os da adolescência, e os de agora. Os que passaram mas ainda levo comigo, e os que ficarão para sempre.Mas esta é também a minha homenagem aos que escrevem porque é parte intrínseca de si próprios, àqueles a quem lhes calaram a escrita porque a verdade é incómoda.Este é o meu agradecimento a todos, (...)
Quanto mais falo das minhas experiências pessoais com outros, mais as pessoas se sentem à vontade para partilhar as delas comigo, e mais me apercebo que há muita gente que não é verdadeiramente feliz. E, no entanto, antes delas se abrirem comigo, eu olhava para dentro de mim mesma e contemplava as lombas todas no meu caminho e pensava que o mundo estava cheio de pessoas felizes. Pessoas certas das relações que tinham, das coisas que queriam fazer com a vida. Mas depois fui (...)
Quanto mais falo das minhas experiências pessoais com outros, mais as pessoas se sentem à vontade para partilhar as delas comigo, e mais me apercebo que há muita gente que não é verdadeiramente feliz. E, no entanto, antes delas se abrirem comigo, eu olhava para dentro de mim mesma e contemplava as lombas todas no meu caminho e pensava que o mundo estava cheio de pessoas felizes. Pessoas certas das relações que tinham, das coisas que queriam fazer com a vida. Mas depois fui (...)
Estou sozinha, apeada do mundo. Ele gira e eu caminho, sem saber bem por onde vou. Os cruzamentos da minha vida são as escolhas que me aparecem no caminho, mas eu nem sei bem por onde ir, às vezes nem sequer sei onde quero chegar.O meu destino seria a felicidade, mas essa é um meio de transporte, não um porto para atracar. Ninguém chega à felicidade e monta ali pousio, não, porque a felicidade é tão frágil e oscilante como uma semente de dente-de-leão ao vento. A felicidade é (...)
Estou sozinha, apeada do mundo. Ele gira e eu caminho, sem saber bem por onde vou. Os cruzamentos da minha vida são as escolhas que me aparecem no caminho, mas eu nem sei bem por onde ir, às vezes nem sequer sei onde quero chegar.O meu destino seria a felicidade, mas essa é um meio de transporte, não um porto para atracar. Ninguém chega à felicidade e monta ali pousio, não, porque a felicidade é tão frágil e oscilante como uma semente de dente-de-leão ao vento. A felicidade é (...)
Há sempre dois lados para cada história e, para cada lado, uma versão. É claro que a versão que fica é sempre uma de duas: a verdadeira, ou a contada tão bem que toda a gente acredita.Agarrando assim algumas fábulas e dando-lhes a volta, vale bem a pena pensar um pouco no lado menos conhecido, no vilão derrotado que nos ensinaram ser o mau da história, quando nem lhe ouvimos um testemunho.Golias era um gigante. À partida, e contando com o poder de deturpação que as pessoas (...)
Há sempre dois lados para cada história e, para cada lado, uma versão. É claro que a versão que fica é sempre uma de duas: a verdadeira, ou a contada tão bem que toda a gente acredita.Agarrando assim algumas fábulas e dando-lhes a volta, vale bem a pena pensar um pouco no lado menos conhecido, no vilão derrotado que nos ensinaram ser o mau da história, quando nem lhe ouvimos um testemunho.Golias era um gigante. À partida, e contando com o poder de deturpação que as pessoas (...)
Nestes últimos dias, na minha feed do facebook, têm aparecido alguns textos que, além de me fazerem revirar os olhos, acabam por me chamar a atenção só com as pequenas frases seleccionadas como introdução, e lá vou eu ler tudo para poder efectivamente revirar os olhos com mais força. Não me levem a mal, eu não me sinto no direito de ridicularizar quem Gostolhes põe e entendo que não podemos todos gostar do mesmo, mas vi tantos textos nesta categoria que hoje não resisti a (...)
Nestes últimos dias, na minha feed do facebook, têm aparecido alguns textos que, além de me fazerem revirar os olhos, acabam por me chamar a atenção só com as pequenas frases seleccionadas como introdução, e lá vou eu ler tudo para poder efectivamente revirar os olhos com mais força. Não me levem a mal, eu não me sinto no direito de ridicularizar quem Gostolhes põe e entendo que não podemos todos gostar do mesmo, mas vi tantos textos nesta categoria que hoje não resisti a (...)
Há vidas fascinantes. Há vidas que nem precisam de encadernação com capa de couro polida, são livros abertos e inteiros, de nos perdermos assim mesmo, só em as ouvir.A vida alheia fascina-me. Não num esforço mesquinho de a querer saber por saber, de a julgar ou apontar dedos, mas na simples e sincera curiosidade de gostar de histórias. Embora me retraia a questionar quando tenho oportunidade, gosto de saber dos passados de outrem, dos seus rios e afluentes, de experiências que (...)
Há vidas fascinantes. Há vidas que nem precisam de encadernação com capa de couro polida, são livros abertos e inteiros, de nos perdermos assim mesmo, só em as ouvir.A vida alheia fascina-me. Não num esforço mesquinho de a querer saber por saber, de a julgar ou apontar dedos, mas na simples e sincera curiosidade de gostar de histórias. Embora me retraia a questionar quando tenho oportunidade, gosto de saber dos passados de outrem, dos seus rios e afluentes, de experiências que (...)
Recordo-me como se fosse hoje de, aos seis anos de idade, olhar o meu rosto vermelho de choro no espelho e questionar-me, na minha simplicidade de criança, o porquê de não ser bonita. De, já aí, ter coragem de enfrentar o meu reflexo e dizer-lhe o que não diria a mais ninguém, porque as minhas palavras para mim mesma, essas sim, eram feias. Lembro-me de querer saber porque é que eu, no meio de todas, é que tinha de ser a menos atraente, como o rosto menos chamativo. Aos seis (...)
Recordo-me como se fosse hoje de, aos seis anos de idade, olhar o meu rosto vermelho de choro no espelho e questionar-me, na minha simplicidade de criança, o porquê de não ser bonita. De, já aí, ter coragem de enfrentar o meu reflexo e dizer-lhe o que não diria a mais ninguém, porque as minhas palavras para mim mesma, essas sim, eram feias. Lembro-me de querer saber porque é que eu, no meio de todas, é que tinha de ser a menos atraente, como o rosto menos chamativo. Aos seis (...)
Há livros e autores que parecem aparecer quase como uma moda. Não se sabe bem de onde vêm nem como aqui chegaram, mas de repente toda a gente parece conhecê-los. E comprá-los.Haruki Murakami foi um desses autores, uma versão mais eclética do agora famoso "50 Sombras De Grey." Não que haja erotismo barato nos seus livros ou a escrita seja oca, mas a adesão às suas obras foi como um vendaval. Toda a gente o lia. No caso do Murakami, toda a gente se sentia mais inteligente e (...)
Há livros e autores que parecem aparecer quase como uma moda. Não se sabe bem de onde vêm nem como aqui chegaram, mas de repente toda a gente parece conhecê-los. E comprá-los.Haruki Murakami foi um desses autores, uma versão mais eclética do agora famoso "50 Sombras De Grey." Não que haja erotismo barato nos seus livros ou a escrita seja oca, mas a adesão às suas obras foi como um vendaval. Toda a gente o lia. No caso do Murakami, toda a gente se sentia mais inteligente e (...)